TENTATIVAS

Luis Garcia/ Janeiro 31, 2014/ Poesia/ 0 comments

Não aprecio a janela que ficou aberta
só por aquilo que posso fazer.
Contei pelos dedos as vezes
que fui sincero comigo
e apertei as mãos contra o nada
que soprava dos meus lábios.

Levantei as minhas palavras
como se cada loucura que faço
pudesse parecer um onde
aos olhos das minhas janelas!
Vi mundos diferentes
e fui senhor em todos,
como se pudesse proteger o meu olhar
do imenso sentido que construí
só para me sentir um pouco melhor.

As casas eram todas de papel
descobri que podia escrever nas paredes,
afinal as janelas eram pontos e virgulas,
uma outra forma de ensinar…

Escolhi caminhos, com certezas
tão diferentes, tão simples,
que me assusta pensar que sou eu
que vou aqui, a fazer o papel
de uma janela. Já não sei
quando foi a vez dos olhos
saltarem, entusiasmados, inocentes
como eram.

Antes de eu ter escrito
tantas linhas, ainda podia dizer
que não era eu, mas não agora. Sou assim.
A janela ficou aberta, por razão nenhuma

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