AS HORAS

Luis Garcia/ Maio 24, 2011/ Poesia/ 0 comments

Ela desenhou um recado na tua face
disse-me que vinha
ter comigo se eu esperasse.
Passei as mãos pelo teu cabelo
mas não consegui ler
a hora marcada.

Depois subi a correr.

Passei pelo teu quintal,
as mãos estavam semeadas
envolvidas num tom desolador.

Olhem para ontem.

Eu tinha corrido a chamar-te nomes
os meus dedos abraçavam a caixa
e todos os tesouros
cabiam no mesmo sitio.

A dor é um bom disfarce para o ridiculo.
Li na parte de cima da caixa
que os diamantes tinham validade.
As cópias estão por todo o lado.
Disseste-me as horas e não sabias
O recado estava mal escrito.

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