UMA PARTE DO TEMPO

Luis Garcia/ Julho 14, 2010/ Poesia/ 0 comments

Como se fosse possível
inventar tabuadas,
retirar um segundo
perfeito,
subtrair uma fatia
do agora que houve
no primeiro ensaio
de quase sorriso!

Imaginar as águas livres
que há nos olhos
é muito mais simples
de poder contar.

Um sorriso fechado
mostra muito
mais que uma
porta entreaberta
e ainda somos
donos do nosso
querer para esperar…
O som dos passos
que hão-de vir,
abafar as nossas
palavras e o desejo!

Somos tantos
e quase poucos,
mais os que aqui
ficaram para trás.
Uma soma
que só os céus
podem fazer.

Separámos fielmente
o que havia
para sentir
e descobrir
como a areia é difícil
de querer guardar
nos dedos que vão cansados.

Pequenas formas
são desenhos,
como uma carta de despedida
como um castelo
vestido dos mesmos grãos.
Demos sentido ao dia
e ao amor.

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