ESPERA

Luis Garcia/ Maio 31, 2010/ Poesia/ 0 comments

Semelhanças de afectos
demoram-se
na curiosidade,
tornam-se viaturas,
ingratas ousadias
das expectantes ideias,
sobras de sonhos.

Um ser e as carícias,
um abraçar
de apetecido,
e o desejo
vai do célere ao inconsequente.

Uma revelação
da promessa
e um vislumbre de nós,
não hoje, nem amanhã…
Um pedaço de inocência
existencial
que mal se consegue disfarçar.

Os pés aguentam efeitos
ignoram
as causas
e o que podem fazer
os receios.
Aprendem o que são
os contrapesos
do nada
e como se prova a felicidade
e a tonelada do seu sentir.

O querer de uma palavra
e o som
do seu ignóbil sentido.
O mesmo que carece
do mudo valor gramatical
ofertado por troca
da melodia do pensamento.
Houve um
que já se fez
erotismo.
sem hesitar

Tremer
com a força
que se pode recolher
de um momento
de calma
e ter medo de lhe não tomar
o paladar nunca.

A espera.
Abandonar
o ser faz-se enlevo
do rodopio
metamórfico
que se faz efeito
da negação do controlo,
que há em fazer de conta
que se não teme a espera.

Um encontro mal combinado
e o trânsito da cidade
a fazer de reboliço
a mais,
e as querelas
que por imitação
vão grassando
o fingir dos dias.
Um sorriso como resposta
e os olhos que se evitam
como se de uma tareia se falasse.

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