Um olhar cheio,
como se de repente
falássemos de sonoridades
e instrumentos de tortura.
Um fole
a subtrair
a sua parte,
enquanto arma solta
e perdida entre mãos
que não sabem
nada do que é a dor
e o solfejo!
Os mesmos dedos,
que acariciam,
como se soubessem
de que todo
vem aquela sensação,
de ser a parte
que há no momento.
Uma cabeça cheia de vento
não vê estrofes
nem compêndios,
quando muito
os programas
da manhã
e os jornais
mais os crimes passionais.
Arrogância!
Elevada a uma figura
geométrica,
como se as respostas
tivessem uma pequena razão
para ser
ouvidas
e fizessem
o doce
dos olhares ai posados,
à espera do pedido
e do poder…
Como quem procura
o silêncio
mas não suporta a solidão,
prazeres ocultos
tentam rasgar
mais um dia
de perdão!
Ao longe o vibrar
acorda o receio
e mais os sonhos…
Como uma pequena quadra
sem ritmo
apenas o vazio
rompido vezes sem conta.