Eu sei apenas de que rasgar
saiu este viver de ser mandado!
Um existir que eu pensava ser meu,
para decidir de como sonhar.
Um furor de ser quem sou
e disfarçar das vontades
que são minhas.
E carpir dos sorrisos alheios!
Eu vesti os meus desejos,
com as palavras despregadas
dos teus lábios de teatro
e as promessas foram escritas
com os teus dedos nos meus olhos.
Mas eu sei que somos muitos,
demasiados, amanhã
seremos todos.
E quem compra uma ilusão
bebe frio da noite vizinha.
Com que roupa eu me escondo
se vou apenas ao meu baile?
E despeço do tremor
que escapa entre pele e beijos.
Pensei que sabia dançar
mas já pisei demasiados pés.
Com que roupa eu invento mais eus
se a musica já começou?
Se eu não posso ignorar
aqueles que dançam na rua
os mesmos que como eu
já se despiram de tanto esperar!