Um ilusão de meio segundo
um pormenor
que se quer guardar,
uma atenção
meio a brincar,
uma mentira
sem verdade
nem enganos.
A falta que se pode sentir
do valor
que se não deu,
o momento
que se encapotou
e vestiu de estranhos farrapos
quase não existe.
Quase desculpas
que se inventaram
para não pensar.
Um contra-senso
só faz sentido
se soubermos que passos dar.
A multidão
e as dúvidas são promessas,
de outro lugar
que nunca acaba
de chegar.
Os pensamentos
são como uma folha
onde se quer dizer
aquilo que se sente.
Mas onde o receio
de escrever a primeira palavra
inibe
as maiores tolices que pudéssemos
querer dizer.
Os palhaços dançam
na rua
mas nós desaprendemos
sorrisos.