Uma espécie de vazio;
uma imagem projectada;
um fingir do que é fazer futuros,
e um buraco
onde só se pode cair.
Suposições e depois
um querer,
a mesma vontade
com que se acendem
fogueiras
ateiam
o gostar que temos
cá dentro!
Uma forma
que pode ter sido,
a mesma que foi
um dia o doce,
o tal
que simboliza
só mais um presente.
As velas que sopraste
com o fôlego,
o teu, apenas
uma oferta
que desembrulharias
invejoso
e agradecerias agora!
Um sorriso,
o tal
sem razão nem dentes,
um par de mãos
e o horizonte
uma fome
agarrada aos despojos
da cidade,
e os pés que inventam
destinos e calosidades.
Um vazio,
um sopro cheio
de pena para sentir
de tudo aquilo
que não podemos ostentar.
Um remorso
só para ter desculpas
e repetir!
Os juros do cinismo
e a maré
tomam a mesma direcção.
Intenso