As agulhas do tempo
costumavam correr.
Sem ritmo especial
as leis da física
aplicam-se em muitos
momentos,
mas sabe bem
relembrar
que a matemática
não explica tudo!
O som das horas
tem um sabor a passado,
no fim de contas
não se pode
ficar sentado
à espera da sobremesa.
Por isso
é preciso voltar a correr,
arriscar a manhã
e depois a tarde…
Por alguma razão
envelhecemos,
a fórmula da idade
não parece, mas adoça,
com humor feitas as contas
sobra muito mais
quando contamos
o que nos disseram!
“A fórmula da idade adoça”. Suaviza, acalma, enternece, condescende. À parte isso, é apenas um número. Abstracto. Irrelevante. Afinal de contas, a saudade pode tomar-nos aos 15 como aos 90. E os dias arriscam-se aos 90 como aos 15. Infinitas são as possibilidades no caleidoscópio dos dias. Só temos que acordar.
E, posto isto, quem não quiser envelhecer tem que morrer cedo. 🙂
Gostei do seu poema.