Quando era dantes, eu tinha
um pequeno sonho.
Costumava desfazer-me
dos dias
como se fossem palavras
que se atiram
aos outros,
quando se vende a sorte
em pedaços de papel.
Tu dizes que eu devia lembrar-me,
talvez te pedisse um palpite sem cor
e fingíssemos um mundo
num esgar de solicitude.
A mim parece-me
que andámos a fugir da chuva,
rasgando à força das nossas mentiras.
Ninguém aguenta um Inverno
sem ser de livre vontade!
Agora bebem todos da mesma promessa,
mas eu estou aqui à tua espera,
liberta-te na ultima estação,
vamos atravessar
antes que fechem as pontes.